Dez da manhã do dia seguinte, eu acordo com a gritaria dos meus pais. Desço correndo pra ver, e lá está minha mãe com uma vassoura na mão correndo atrás do cachorrinho. Expliquei pra ela e ela disse que agente tinha que achar os donos. Mais tarde, meus irmãos bateram em todas as casas da quadra, perguntando se o cachorro era de alguém. Mas não era. Decidimos então deixá-lo na guarita, com o vigia, pra ele ficar bem visível, caso os donos passassem por ali.
Um semana se passou e nada. Ele ficava o dia todo lá, mas voltava pra dormir aqui em casa. Procuramos nas placas de cachorros perdidos e em veterinários. Ninguém procurou por ele. Conversei com meus pais, e como só tinhamos uma cachorra na época, revolvemos adotá-lo.
Em pouco tempo, eu já tava apaixonada pelo cachorro. Ele é muito dócil, quando você passa, ele levanta as patas para ganhar carinho e quando você não dão atenção pra ele, ele começa a latir, meio que chorando, pra brincarem com ele. Demos o nome dele de Hans, que ele pegou bem rápido, ensinei ele a sentar, até comprei colera pra passear com ele.
Mais ou menos dois meses depois, minha vó disse que quando tava no veterinário, viu uma mulher procurando dois boxers que haviam fugido de casa, e ela tinha dado o endereço para a mulher ir ver o cachorro. Meu coração parou. Já tinha me apegado muito ao Hans, eu não ia deixar a mulher levar ele de jeito nenhum. Mas acontece que ela veio e disse que eram fêmeas e blablabla. Ufa.
Agora ele já tá com agente a mais de um ano. E eu nunca vi um cachorro que ame tanto igual ao Hans. Ele quer sempre ficar perto das pessoas, ganhando carinho e amor. Então resolvir criar o ACADA: Associação dos Cachorros que Amam Demais. É para aqueles caninos que realmente dariam a vida, não só pelo dono, mas por toda sua família. A carinha dele diz tudo:
É claro que quando a Judy nasceu, as atenções foram todas do Hans pra ela. Ele ainda sofre muito com isso.